Todo Sarau tem um TEMA e este é apresentado por um pequeno texto-convite publicado no evento do Facebook. Às vezes até escrevo um poema junto com o texto, às vezes o próprio texto já é uma pequena prosa poética... O objetivo é provocar o leitor-convidado a pensar no tema e quem sabe se inspirar e desenvolvê-lo em forma de poesia...
Hoje registro o texto-convite do VI Sarau do Bar - 8 de abril de 2017
O VI SARAU do BAR convida você a se libertar do fardo de ser igual ao seu semelhante, pelo menos por instantes, convida a descobrir nessa libertação como é maravilhoso podermos ser nós mesmos, sem máscaras... livre de amarras, longe de convenções.
Venha compartilhar todas essas LOUCURAS numa noite prazerosa, que promove o encontro com outros loucos, alguns bobos da corte, talvez equilibristas, mágicos, bêbados e palhaços...ARTISTAS que somos, pois afinal... DE POETA E LOUCO, NÓS COM CERTEZA TEMOS UM POUCO.
O SARAU do BAR é um evento temático e multiartístico, organizado artesanalmente pelas irmãs GRAÇA e KARLA ANTUNES.
São momentos especiais que acontecem no bar Chico's - um espaço familiar, alternativo e democrático, onde se promove a CULTURA INSULANA através da doação de talentos e compartilhamento da ARTE de cada participante.
Por isso, a ENTRADA é FRANCA!!
Microfone aberto para roda de POESIA e muitas outras atrações!
Dia 08 de abril de 2017 - sábado, às 19h - no bar Chico's, que fica na rua Haia, 304 - uma rua paralela à estrada do Dendê, na altura da Rádio Rio de Janeiro, subindo, primeira à direita.
Como se trata de um bar, teremos bebidas e alguns petiscos, dentre eles a famosa e já tradicional EMPADINHA da Dona Iria!
Então? Vem!!
* * * * *
O LOUCO
Kahlil Gibran
"Perguntais-me como me tornei louco.
Aconteceu assim:
um dia, muito tempo antes
de muitos deuses terem nascido,
despertei de um sono profundo e notei que todas
as minhas máscaras tinham sido roubadas
- as sete máscaras que eu havia confeccionado
e usado em sete vidas - e corri sem máscara pelas
ruas cheias de gente, gritando:
"Ladrões, ladrões, malditos ladrões!"
Homens e mulheres riram de mim e alguns correram
para casa, com medo de mim E quando cheguei à praça
do mercado, um garoto trepado no telhado de uma
casa gritou: "É um louco!".
Olhei para cima, pra vê-lo.
O sol beijou pela primeira vez minha face nua.
Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, e
minha alma inflamou-se de amor pelo sol,
e não desejei mais minhas máscaras. E, como num
transe, gritei:
"Benditos, bendito os ladrões
que roubaram minhas máscaras!"
Assim me tornei louco.
E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende escraviza alguma coisa em nós."
* * * * *
KARLA ANTUNES
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