sábado, 20 de maio de 2017

O que era eu se faz nós

      Amo receber essas lindas homenagens direcionadas a mim, a minha irmã Graça, a minha família, ao bar Chico's e ao Sarau do Bar!

      Fico muito lisonjeada, rubra e verdadeiramente orgulhosa de mim mesma!

      Assim percebo que estou acertando mais que errando, percebo que estou conseguindo aquilo a que me propus: fazer do sarau um lugar/momento acolhedor, em que as pessoas se sintam bem, à vontade e queiram sempre voltar... Acho que tô no caminho certo, né!

      Todo o esforço e dedicação de: organizar o sarau, entrar em contato com os participantes, criar o evento no facebook e ficar alimentando-o para as pessoas não o perderem de vista, responder e-mails, decidir os temas, pensar nos detalhes, organizar o CoNcUrSo De PoEsIa InStAnTâNeA, receber os poemas, garimpar livros para sorteio ou premiação, andar na corda bamba e ter o jogo de cintura necessários para tentar gastar o mínimo possível para que esse projeto não fique inviável financeiramente, passar uma semana inteira com o coração na mão de tanta ansiedade (às vezes, até mais), praticamente não comer nada no dia, preparar o bar, receber as pessoas, apresentar o sarau, fazer as adaptações que sempre surgem, dar atenção a todos, ao menos um pouquinho, desmaiar no dia seguinte, ter o prazer inenarrável de ver as fotos e elogios postados no face, colecionar as fotos, fazer as publicações no blog pra tentar deixar registrado tudo o que acontece no Sarau... tem valido a pena!

      Faço do jeito que gostaria que fizessem comigo; coloco-me no lugar do meu poetamigo e assim acarinho, respeito, admiro, procuro valorizar seu trabalho, divulgar, movimentar um pouco mais a cena cultural insulana e até carioca, uma vez que tenho recebido também artistas de outros bairros. Todos são bem-vindos, é só chegar, é só entrar em contato que vai ter um colo, um canto, um espaço e quem ouça e assista sua arte, seu talento será aplaudido!!

      De modo que me derreto toda de alegria quando recebo esses carinhos de volta, como este poema oferecido por BRUNNO VIANNA:

Sarau do Bar

Na Ilha do Governador
Se encontra o segundo lar
O famoso Sarau do Bar
O teatro transborda
E de forma instantânea
A poesia acontece
Da gente a arte se faz perto
Se faz parte, se faz parto
O Sarau, um abrigo certo
Onde tudo que é bom se encontra
E se encanta
Assim, resiste
Neste caos que insiste
Em atingir nossa cultura
Mas a arte é pura
De tal forma, cura
A gente tem vez, tem voz
O que era eu se faz nós
As horas não passam
No sarau cheio de graça
Cheio de Karla
E de tanta gente inteligente
Que impulsiona e emociona
Em mares e marés
Arranca o riso
Alimenta a fé
Que temos no futuro do homem
Sacia a fome
Do corpo e da mente
Por mais que se escreva e que se diga
Não cabe em palavras
O que se sente.

Brunno Vianna

      Pronto! Tô eu emocionada de novo. Relendo o poema, revivendo a emoção, cheia de graça, cheia de Karla, percebendo outros sentidos que me tocam o coração! Não tenho palavras que bastem para agradecer tanto carinho que você me proporcionou com este lindo poema, Brunno.

      O verso que mais me tocou, quero que você e todos saibam: O QUE ERA EU SE FAZ NÓS.


      Abaixo, imagens de Brunno Vianna no VI SARAU DO BAR, em abril/2017, pra ficar em um só Sarau, já que ele participou de quase TODOS os saraus (só não foi na 1ª edição)!!!

Brunno com o poeta Adriano Soares, no lançamento de O Bobo da Corte, livro do qual foi o editor


Na plateia

Participando da Roda de Poesia/ Microfone Aberto


Fabíola ganhou o livro do poeta Brunno Vianna


Parece que estou dando bronca nele... Mas não! Estava com a cara séria
porque a cena que Brunno tinha acabado de fazer foi... densa, de um realismo
espantoso, uma cena de overdose. Eu estava dizendo que ele é o meu ator preferido.


Over, a última dose, uma cena difícil, sem falas


POR KARLA ANTUNES

POETA NA PAREDE

Aconteceu no III SARAU DO BAR - "Pra não dizer que não falei das flores"



Exposição POETA NA PAREDE, um poema e uma imagem de cada poeta participante do SARAU DO BAR. Foi um carinho que quis fazer aos meus poetamigos, uma vez que o sarau só tem razão de ser pelos poetas que o frequentam! É como os alunos em uma escola: tudo é por eles, com eles, para eles!

O critério para a escolha dos poetas que seriam contemplados na exposição foi todos os que confirmaram presença naquela edição.  No final do sarau, ofertei para cada poeta o seu poema/imagem, que tinha sido impresso em folha adesiva meio brilhante, quase um papael fotográfico. Alguns não foram, outros saíram mais cedo. Os poemas desses ainda estão comigo!


A parede vermelha do Bar Chico's ficou linda!!!!




Sendo assim, homenageei os seguintes poetas:


 ADRIANO SOARES


GIANO AZEVEDO



GILBERTO D'ALMA


MARCELO MENDES



BRUNNO VIANNA


JÉSSICA CARVALHO


CLAYTON VERLAINE


DIEGO KNACK


DOUGLAS FAGUNDES MURTA


JEANE FONTES


VERA BASTOS


NICE PAZ


MAURÍCIO ANDARILHO


EVANDRO SROCHA


ANA CRISTINA ROSITO

POR KARLA ANTUNES

terça-feira, 9 de maio de 2017

CoNcUrSo De PoEsIa InStAnTâNeA II

       A ideia do CoNcUrSo é a de instigar os poetas com o TEMA do sarau no qual o concurso é proposto. Isso já acontece naturalmente, então se trata de um incentivo a mais.

       O II CoNcUrSo De PoEsIa InStAnTâNeA aconteceu no V SARAU DO BAR, em fevereiro de 2017, cujo tema foi "Mais de mil palhaços no salão". Novamente o viés político tomou conta das produções, como não podia mesmo deixar de ser, haja vista o momento conturbado que estávamos e estamos vivenciando até hoje. O mesmo modus operandi para a apuração dos votos e a vencedora foi VERA BASTOS, com o poema

"Hoje Tem"

Quanto riso, óh quanta alegria!
Onde? Vejo não!
Cara pintada? Vi.
Lágrimas ? Senti.
Tem circo armado?!
Tem ,sim, senhor!
Nariz de palhaço,
bala de borracha,
Vidro estilhaçado.
Na corda bamba,
Desequilibrados,
Vamos suportando.
Uma pirueta, bravo!
Ladrão no Planalto, assalto!
Pierrô e eu chorando
Por tantas injustiças,
No país da corrupção.
Hoje tem marmelada?
Tem , sim, senhor!
No Senado e na Câmara,
No bolso do trabalhador.
Hoje tem lava jato?
Tem , sim, senhor!
Mas, um ano se passou...
Preciso matar a saudade!
No carnaval,
Sou o maioral!
Visto a fantasia
Desfilo alegria,
Esqueço a dor
Da solidão,
Do desemprego,
Da desilusão.
A esperança renasce
Nos quatro dias corridos,
Depois é enterrada
Na quarta de cinzas.
O circo é armado,
Visto a roupa do palhaço.
O espetáculo vai recomeçar!
IPTU, IPVA e o leão a rosnar.
"Ei, você aí, me dá um dinheiro aí,
Me dá um dinheiro, aí!"








Tantas fotos para fazer o registro se justificam porque a Verinha ficou tããããão feliz com a premiação, ela era toda sorrisos, abraços e felicidade!


     *                          *                             *                             *                            *                             *


       E o objetivo foi plenamente alcançado: incentivar a produção poética e com isso, divulgar o talento de cada poeta participante, fazendo da poesia uma presença VIVA entre nós!

KARLA ANTUNES

CoNcUrSo De PoEsIa InStAnTâNeA I


   A ideia do CoNcUrSo é a de instigar os poetas com o TEMA do sarau no qual o concurso é proposto. Isso já acontecia naturalmente, então se trata de um incentivo a mais.

    Sendo assim, o I CoNcUrSo De PoEsIa InStAnTâNeA aconteceu no III SARAU DO BAR, em setembro de 2016, com o tema "Pra não dizer que não falei das flores." Belíssimos poemas, uns falando sobre as flores com bastante lirismo, mas a maioria dos poemas seguiu mesmo uma linha mais crítica, aproveitando o gancho da mensagem sugerida pela música homônima, símbolo da resistência contra a ditadura na década de 60/70, de Geraldo Vandré. A plateia votou em cédulas, inclusive os poetas participantes tiveram esse direito, escolhendo dois poemas, e fizemos uma contagem simples, considerando os dois votos. Foi muito acirrada a disputa, mas o poeta vencedor foi BRUNNO VIANNA, com o poema

"A Menina e a Rosa"

          Diz a canção
          Que acreditam nas flores vencendo o canhão
          Hoje não falo das flores belas e perfumadas
          Que seduziram a esperança
          Falo da rosa fria e calada
          Que cabia na mão da criança
          Falo de tantos que partiram na Guerra
          Falo do sangue
          Que ainda inunda a Mãe Terra
          Falo da rosa de Hiroshima
          Falo da menina
          Com suas mãos sujas de barro, de flor, e puras, de fato
          Falo e calo
          Porque dói ver tantos maus-tratos






Brunno Vianna possui, hoje (dia 09 de maio de 2017, rsrs, pois a cada dia aumenta), 77 prêmios literários ao longo de 10 anos de carreira. Uau! Merecedor dos nossos aplausos! Um amigo querido!

KARLA ANTUNES

sábado, 6 de maio de 2017

O Sarau do Bar completa um ano!

       Nossa! O tempo passou muuuuuuito rápido!! Estamos caminhando para a sétima edição!
       Hora de fazer um balanço... embora não precise... tudo está tão claro pra mim... e eu estou tão feliz!

       Valeu a pena! Vale a pena! Cada sarau traz momentos incríveis de partilha da Arte! São momentos que ficam na memória... e no coração.

       Como tudo começou? Bem... acho que começou há muito, muito tempo...

       Eu sempre gostei de ler e escrever. Não foi à toa que me tornei professora de Língua Portuguesa. A PALAVRA me encanta. Tem vida própria, traça seu próprio caminho. A palavra tem poder... por isso devemos saber usá-la. Daí para me tornar uma POETISA... foi tão natural...

       Escrevi meu primeiro poema em 1982, eu tinha... 14 anos. O primeiro poema que parecia um poema de verdade! Desde então não parei! Mas... sempre insegura, não mostrava para quase ninguém. Veio a época da faculdade de Letras, e aquele clima literário da UFRJ fez desabrochar pela primeira vez meu fazer poético. Na época, fiquei em 3º lugar em um concurso na Biblioteca Popular do Grajaú, com o poema LONGEVIDADE. Isso me animou! Mesmo assim eu continuava a não mostrar a minha arte... Virei uma perfeita e tradicional poeta de gaveta.

       Comecei timidamente a participar de concursos de poesia. Entrei para os quadros do Município como PROFESSORA e desde o 1º ano de regência, em 1993, tive poemas selecionados para a coletânea POESIA NA ESCOLA. 

       E o tempo passou... e comecei a participar anonimamente de alguns saraus. Fui em uma edição do POESILHA, em um bar na Freguesia, convidada pelo querido Áureo Ramos. Participei de um concurso na Biblioteca do Cocotá, também promovido pelo Áureo, mas sem ser premiada. Porém, ao ler meu poema, uma senhora da plateia chorou de soluçar, a amiga que me acompanhava me segredou no final do evento. O poema era SOLIDÃO DEPOIS. Essa data foi marcante porque foi a primeira vez que utilizei presencialmente o pseudônimo KLARA RAKAL, que me acompanha até hoje, embora não sirva mais como pseudônimo: tornou-se mais conhecido que meu próprio nome. Virou nome literário. Lembro-me também de um sarau comemorativo, na CCEH, mas fiquei na penumbra da plateia, maravilhada com os poetas declamando seus poemas, com muita vontade de estar ali na frente declamando os meus também, mas com a timidez me dominando, como sempre foi.

        Então veio o I Concurso Temático da CCEH, em 2011, organizado por Gilberto D'Alma, esse querido amigo e inspiração pra mim. Nesse concurso, fiquei em 1º lugar com o poema DEPOIS VEIO A ADOLESCÊNCIA. Nem acreditei! Uma emoção e um divisor de águas. Dali em diante aceitei que era... uma POETISA e que tinha algum valor.

       As redes sociais contribuíram muito para o meu desabrochar. Criei uma conta no RECANTO DAS LETRAS como autor e a interação com outros poetas deram uma ideia do quanto meus textos eram aceitos. Criei o blog DE PEITO ABERTO e, assim, passei a divulgar minha produção poética.

       Bem... o que essa trajetória toda tem a var com o ANIVERSÁRIO do SARAU do BAR? Sei lá... acho que as coisas se confundem. EU e o SARAU DO BAR somos uma coisa só. E de repente passei a sentir necessidade de algo mais. Via o talento de poetas que participavam do microfone aberto nos saraus do Gilberto no Polo Cultural da Ilha e isso me inspirou. Ali conheci pessoas que se tornaram meus queridos...

       Numa conversa com minha irmã GRAÇA ANTUNES surgiu a ideia de fazermos um sarau, juntarmos as nossas ARTES: naquele momento, a arte de tecer MANDALAS era prioridade para ela, e a POESIA para mim... bem, sempre foi prioridade. A necessidade mútua de estarmos juntas naquele momento foi determinante para levarmos adiante a ideia: nos aproximamos mais ainda e passamos a dividir um mesmo ideal.

       Dinheiro nenhum, uma caixa de som e um microfone velhos e o espaço que tínhamos era o BAR, onde havia pouco tempo bombava nas sextas-feiras de muitos caldinhos e quitutes - doces e salgados - da mamãe. Para dar um up ao bar, para a família se aproximar, para trazer um pouco de diversão para papai e mamãe, por desejo de contribuir um pouquinho com a cultura insulana... Surgiu então, despretensiosamente, o I SARAU DO BAR: ENTRE POEMAS E MANDALAS.

       Resta-me, agora, fazer uma confissão. Um motivo só meu de me atirar de corpo e alma nessa tarefa de promover bimestralmente o sarau... É que através da arte dos meus amigos, sobretudo os poetas, eu fico incendiada de vontade de poetar... Eu me alimento de cada verso proferido no sarau. Vou conhecendo mais pessoas, e estas vão se tornando especiais pra mim. Gosto de mostrar o trabalho, divulgar e assim valorizar cada poeta, ator, mímico, dançarino, cada performático, humorista, violonista, cada amigo, professor, vizinho, conhecido, cada pessoa que faz uso do microfone aberto, cada pessoa da plateia... e ao tratá-los com o máximo respeito e carinho por sua arte, vou recebendo também carinho, respeito e reconhecimento. É o que me basta!

       Quanto tempo vai durar o SARAU DO BAR? Não sei... Querem fechar a rua... Dizem que vai aumentar cada vez mais, o que duvido... Que vou ter de ir para um lugar maior... Ah, quero não... Quero que continue como começou: simples, despretensioso, acolhedor, intimista, artesanal, um lugar de amigos, para troca, encontros, partilha... no bar! Bebendo uma cervejinha e comendo uma das deliciosas empadinhas da mamãe.

       Um lugar aberto para quem quiser chegar. É só entrar em contato! O microfone é aberto aos poetas da plateia, pois a RODA DE POESIA nunca pode faltar! As demais apresentações precisam ser agendadas, pois tentamos traçar uma linha temática, não obrigatória, mas desejável. Os saraus tem se estendido além da conta e vira uma festa, uma resenha, uma reunião festiva - que é a definição de SARAU no dicionário - aprendo isso com o Gilberto D'Alma...

Queridos, se vocês leram esse TEXTÃO à moda dos adolescentes de hoje... Obrigada! E venham comigo para o próximo sarau:

VII SARAU DO BAR - UM MAR DE SAUDADES
Dia 10/06/2017, às 19h, no Bar Chico's.

I SARAU DO BAR - MAIO 2016
ENTRE POEMAS E MANDALAS




II SARAU DO BAR - JULHO 2016
UM SER-TÃO POÉTICO



III SARAU DO BAR - SETEMBRO 2016
PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES




IV SARAU DO BAR - DEZEMBRO 2016
O BÊBADO E A EQUILIBRISTA:
UMA HOMENAGEM AO ARTISTA







V SARAU DO BAR  - FEVEREIRO 2017
MAIS DE MIL PALHAÇOS NO SALÃO





VI SARAU DO BAR - ABRIL 2017
DE POETA E LOUCO TODOS TEMOS UM POUCO



KARLA ANTUNES